Estudantes de universidade francesa participam de projeto na FAU sobre arquitetura sustentável

Alunos de pós graduação da École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris-Belleville (ENSAPB), participam de um projeto conjunto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA (FAU), que tem como objetivo a construção de uma casa palafita nas imediações do campus para amostra durante o período de COP 30 em Belém. O projeto surgiu após uma parceria entre a UFPA, através da FAU, e a Faculdade de Arquitetura de Paris-Belleville, que também conta com o envolvimento da Ordem dos Arquitetos da França e o Laboratório da Cidade. O acordo ocorreu com a presença do reitor da UFPA, Gilmar Pereira, e da pró-reitora de internacionalização da UFPA, Lise Tupiassu, em setembro de 2025, na França, em reunião com os líderes do Conselho de Arquitetura da França, que visam participação ativa nas discussões de projeção urbana em meio a mudanças climáticas, durante a COP 30.

Vice-diretor da FAU, pró-reitora de internacionalização da UFPA, e os estudantes da ENSA Paris-Belleville, ao lado da planta da casa de palafita / Foto: Iago Vinagre

Sobre os estudos realizados durante a idealização do projeto, Eglantine Schonbuch, estudante da Faculdade de Arquitetura de Paris-Belleville, e que é uma das envolvidas na construção da palafita, explica que para que o projeto fosse concebido foram analisados a relação entre o modo de vida dos povos amazônicos, em especial, os ribeirinhos, e a arquitetura que foram pensadas e construídas por eles. “Primeira coisa foi olhar como os ribeirinhos vivem, porque sabemos que os povos ribeirinhos usam muito as técnicas da natureza para construir casa, para viver, e então isso foi o primeiro primeiro diagnóstico para ver como se faz”, conta.

Durante o processo de construção da palafita, foram considerados a utilização de materiais biodegradáveis e com menor impacto poluente no meio ambiente. Sobre isso, Elvio Arruda, estudante do 5° período de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, e um dos estudantes da FAU que está envolvido no projeto, explica que essas estratégias foram essenciais na idealização de uma obra que coexista com o meio ambiente amazônico, considerando as suas necessidades e atendendo suas especificidades. “A gente tá seguindo a estratégia da arquitetura bioclimática. Ela usa materiais locais que podem até ter um um custo maior, mas são materiais com menor índice de poluição e emissão de CO2. Por exemplo, como a gente está usando aqui o caso da madeira legalizada, sem nenhum tipo de concreto e a gente está optando justamente por esses materiais que tragam esse maior conforto e que sejam pensados para o nosso clima”, descreve.

Casa no modelo palafita em construção próximo ao prédio da FAU / Foto: Iago Vinagre

A palafita está sendo construída seguindo algumas orientações geográficas, que são essenciais no bem estar de pessoas que residem em palafitas na região amazônica. “[...] Porque a gente sabe que o clima amazônico é muito único, então a gente está optando também por algumas estratégias da parte arquitetônica, que permitam um maior fluxo de ar. E a gente posicionou ela de acordo com o lado do sol nascente e outras outras questões”, relata Elvio Arruda.

Estudantes da FAU e da ENSA Paris-Belleville empenhados na construção da obra / Foto: Iago Vinagre

O projeto de cooperação internacional entre a Universidade Federal do Pará e a École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris-Belleville, é um exemplo de importantes acordos de internacionalização que contribuem para o ensino e para o prestígio da UFPA no cenário internacional, que são essenciais para a contribuição da UFPA diante das discussões climáticas no ano de COP 30 em Belém.

Reportagem: Iago Vinagre, Kauã Ramalho - PROINTER

Texto: Iago Vinagre - PROINTER